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Domingo, 16 de Novembro de 2025

COMUNIDADE SOCIAL

Justiça determina nova guarda para meninas indígenas resgatadas no frio em Porto Alegre

Crianças de 2 e 7 anos ficarão com família da mesma aldeia com melhores condições, conforme decisão do 2º Juizado da Infância e Juventude

Reporter Medeiros
Por Reporter Medeiros
Justiça determina nova guarda para meninas indígenas resgatadas no frio em Porto Alegre
Crianças de origem indígena foram encontradas em situação de abandono na Capital | Foto: TV Record Guaíba / Especial CP / PN
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Duas meninas indígenas, de 2 e 7 anos, resgatadas sem agasalhos adequados no Centro Histórico de Porto Alegre durante a recente onda de frio, permanecerão sob proteção do Judiciário. Em audiência de acolhimento emergencial, realizada na tarde de quinta‑feira (3.jul), a juíza Tânia da Rosa, titular do 1º Juízo do 2º Juizado da Infância e Juventude da Capital, determinou a transferência provisória das crianças para outra família da mesma aldeia, considerada apta a garantir sua proteção integral.

A decisão judicial impôs três medidas principais:

  1. Acompanhamento contínuo pela rede de proteção à infância e juventude;

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  2. Perícia antropológica a ser conduzida por especialista indicado pelo juízo;

  3. Manutenção dos laços culturais das meninas, em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a legislação de proteção aos povos originários.

Barreira linguística trava investigação

O pai das meninas, de 43 anos, compareceu à audiência e já havia sido ouvido como suspeito de abandono de incapaz. Ele alegou compreender “somente guarani”, o que dificultou o interrogatório. Embora um segundo indígena da mesma aldeia tenha atuado como intérprete, a Polícia Civil teme que perguntas e respostas não tenham sido traduzidas com a precisão necessária, comprometendo a coleta de provas.

Próximos passos: mãe e possível testemunha

Nesta sexta‑feira (4.jul), a mãe das crianças, de 35 anos, será ouvida. O casal, que tem outros cinco filhos, responde em liberdade e pode ser indiciado por abandono de incapaz. Também prestará depoimento uma jovem de 19 anos que acompanhava as meninas no momento do resgate. Ela declarou ter 17 anos, mas carece de documentos — fato que levanta a hipótese de ser a verdadeira mãe de uma das crianças. As idades de todos ainda aguardam confirmação oficial.

Resgate durante a onda de frio

As meninas foram avistadas próximas à Praça Montevidéu, sem proteção adequada contra as baixas temperaturas. Populares acionaram a Guarda Municipal, que as encaminhou ao Conselho Tutelar. Desde então, elas passaram por abrigo temporário até a decisão da juíza.

A prioridade é garantir a proteção integral e respeitar a identidade cultural das crianças”, enfatizou Tânia da Rosa ao encerrar a sessão.

A investigação da Polícia Civil prossegue, enquanto a rede de proteção monitora a adaptação das meninas na nova família e aguarda o laudo antropológico que poderá orientar futuras decisões judiciais.

FONTE/CRÉDITOS: Por Marcos Medeiros / Redação PN
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