O cenário político do Rio Grande do Sul ganhou novo contorno nesta quinta-feira (20), com o protocolo de um pedido de impeachment contra o governador Eduardo Leite (PSDB), apresentado pelo vereador Jessé Sangalli (PL) à Assembleia Legislativa. A denúncia formal se baseia em supostos crimes de responsabilidade e atos de improbidade administrativa, que, segundo Sangalli, ferem a legalidade e os interesses da população gaúcha.
O documento aponta três principais justificativas:
1. Apoio oficial ao desfile da escola de samba Portela, previsto para 2026, que homenageará a ancestralidade negra gaúcha. Para o vereador, trata-se de uso indevido de recursos públicos, sem respaldo jurídico adequado.
2. Produção de um documentário sobre as enchentes de 2024, custeado em cerca de R$ 467 mil pela Secretaria de Comunicação. O parlamentar alega que o material tem caráter promocional e autopublicitário, beneficiando a imagem do governador.
3. Adoção do modelo de pedágio "free flow", com cobrança automática por trecho percorrido. Sangalli sustenta que o sistema fere normas tarifárias e prejudica motoristas, especialmente os que utilizam vias estaduais com frequência.
Em resposta, a Casa Civil do Estado emitiu nota classificando o pedido como "juridicamente inconsistente", com motivação eleitoral e política. O governo nega qualquer repasse direto à escola de samba e afirma que todas as ações seguem os princípios da legalidade e da transparência.
O pedido agora segue para análise da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que avaliará a admissibilidade do processo e sua eventual tramitação nas comissões e no plenário.
A movimentação ocorre em um ano politicamente sensível, às vésperas do calendário eleitoral de 2026, e promete acirrar ainda mais os ânimos na política gaúcha.

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