Vivemos tempos em que a fé, tão profundamente ligada à transcendência, virou produto de consumo, embalado em memes, vídeos polidos e slogans rasos, tudo turbinado pela inteligência artificial — que não tem fé, mas tem algoritmo. Hoje, é comum ver pastores e pregadores mais preocupados com o sucesso midiático do que com a conversão genuína.
Esquecemos que a verdadeira conversão passa por três palavras que quase não vemos mais nos púlpitos das redes: amor, caridade e humildade. São elas que fundamentam qualquer caminho de fé, mas, nos eventos midiáticos de igrejas e pregadores, parece que a prioridade é expor a prosperidade como sinônimo de espiritualidade — como se a bênção fosse medida em cifras, curtidas e views.
Os algoritmos, sedentos por engajamento, não valorizam a profundidade dos temas nem a riqueza das tradições espirituais. Atribuem relevância a números vazios, e nossa geração vai se transformando em robôs cibernéticos, convertidos em estatísticas, preocupados com o sucesso — mas não com a transformação do coração.
O sagrado virou manchete. A fé, commodity. E o amor? Ah, o amor... Ele se perdeu na corrida frenética por likes.
Talvez seja hora de silenciar as notificações e redescobrir que fé não é entretenimento, que a conversão genuína não depende de algoritmos, e que amar — verdadeiramente — é o único like que vale a pena.

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