A tranquila beleza dos cânions de Cambará do Sul foi palco de uma tragédia que chocou o país. A queda de uma menina de 11 anos no Cânion Fortaleza, um dos cartões-postais da região, reacende o debate sobre a segurança em parques naturais e a imprevisibilidade de acidentes em ambientes de aventura. O incidente, classificado como uma "fatalidade inesperada" pelo secretário de Turismo do município, Andrew Mohr, levanta questões sobre a eficácia da infraestrutura existente e a responsabilidade tanto dos administradores quanto dos visitantes.
O Dia que Terminou em Tragédia
A vítima, uma criança de 11 anos vinda de Curitiba, estava em passeio com os pais e dois irmãos. A família se dirigia a um banco de descanso no mirante do cânion quando a menina, em um momento de desatenção, saiu correndo. Apesar da tentativa do pai de alcançá-la, a criança despencou de uma altura estimada em 70 metros. O resgate foi complexo e angustiante, exigindo o uso de drones com câmera térmica e técnicas de rapel, devido ao terreno acidentado e de difícil acesso. A operação mobilizou equipes de socorro e deixou a comunidade local em luto.
A Infraestrutura do Parque Sob Escrutínio
Andrew Mohr, secretário de Turismo de Cambará do Sul, enfatizou que o Parque Nacional da Serra Geral, onde o cânion está localizado, possui infraestrutura para garantir a segurança dos visitantes. No entanto, o ponto exato da queda não contava com cerca de proteção, um detalhe que agora está sob intensa investigação. Mohr destacou que, até então, os acidentes registrados no cânion envolviam apenas pessoas que desrespeitavam as normas de segurança, adentrando áreas proibidas, e não em locais de visitação regular.
O parque oferece uma série de comodidades e serviços, como banheiros, fraldários, lanchonetes, lojas de lembranças e atendimento de primeiros socorros, além de equipes de apoio e monitoramento. Contudo, a ausência de uma barreira de proteção em um local de grande circulação e beleza cênica inegável levanta questionamentos sobre a adequação dessas medidas de segurança em pontos críticos.
Autoridades e a Concessionária Buscam Respostas
Tanto o secretário Andrew Mohr quanto a concessionária Urbia, responsável pela gestão do parque, reforçaram o caráter isolado da fatalidade. Ambos afirmaram estar prestando todo o suporte necessário à família da vítima e colaborando ativamente com as autoridades nas investigações em andamento. A Urbia, por meio de nota, lamentou profundamente o ocorrido e se comprometeu a auxiliar as equipes de resgate e investigação.
O caso serve como um doloroso lembrete da importância de seguir rigorosamente as orientações de segurança em ambientes naturais e da necessidade contínua de aprimoramento das medidas preventivas por parte dos administradores de parques. A tragédia em Cambará do Sul, embora classificada como imprevisível, impulsiona uma reflexão sobre como garantir que a busca pela beleza natural não se transforme em risco para os visitantes.

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